FELIPA CRÍTICA: AMOR LIVRE

A nova série do Megapro, estreou exatamente há uma semana e traz consigo o lançamento de um autor novo: Itálo Jesus. Com uma história que trata de amores proibidos tentando se libertar, a produção quer muito ser uma boa série, mas está no caminho certo? 

      Os protagonistas de Amor Livre

Inicialmente, a trama coloca como protagonistas dois primos, Henrique e Matheus. Os dois eram melhores amigos de infância e anos depois, eles se reencontram, mas agora um novo sentimento promete desabrochar. Fora toda a narrativa desses primos, o autor nos apresenta outras tramas e personagens como incesto e vício em drogas. 

O primeiro episódio se inicia com um flashfoward que dura por sete cenas e já nos mostra avanços da história e detalhes importantes. Um flashfoward é um recurso muito interessante quando é bem aplicado, não que na produção em questão ele foi mal utilizado, mas deixou a desejar sim, podendo ser mais curto, com esse recurso deixou as cenas iniciais arrastadas.

Voltando dois meses da história, o autor nos mostra Matheus, um dos protagonistas em seu mundo comum e a relação com a sua mãe, Renata. Eis que já começamos a entender a narrativa que está sendo apresentada. Porém, em seguida, outros personagens e plots são apresentados como: Clara, Jack, Carlon, Carla, Iago e Cecília. É muito bom o público conhecer cada parte da história, mas essas apresentações nos faz distanciar um pouco da trama principal. Cenas depois, a história volta a focar em Henrique e Matheus. 

Se tratando da história principal, o autor não  enrola tanto para que o reencontro aconteça. Conhecemos como cada protagonista é, tanto o Matheus, quanto o Henrique. Apesar de não demorar para eles se reencontrarem, faltou construção em cima dos protagonistas, algo que é essencial para que uma boa história siga bem.

O texto de Jesus é um pouco mastigado, ás vezes chato e preguiçoso, existe muita intenção em crescer, mas a série precisa sair dessas intenções. A falta de construção (como disse no parágrafo anterior) foi um dos grandes erros desse primeiro episódio e ela não atingi só os protagonistas, como também, os núcleos paralelos sofrem desse mal. Ainda, a construção não é a única que faltou nessa estreia. A sutileza bateu na porta e o autor não atendeu, né? Ela ficou ausente em todo o texto, principalmente na cena de sexo entre os personagens "Jack" e "Carlon", sem falar nos diálogos de Clara, extremamente grosseira e forçada, álias, a trama dela é toda forçada. Ela trata o incesto com a maior naturalidade do mundo, tudo bem que para ela seja natural, mas a falta de um conflito deixou esse plot forçado. 

Vários personagens nos passa uma antipatia de cara, posso dizer que até os protagonistas são um pouco desagradáveis, eles se esforçam, mas precisam de mais para nos fazer continuar seguir com a série. 

Com um novo flashfoward, explica o nome do episódio. Essa é a grande dificuldade de muitos roteiristas. É necessário traçar o título do episódio com toda a construção proposta nele então objetiva. Se isso não for atingido, perde-se todo o sentido de existir um. E este é o caso do piloto de "Amor Livre". O título parece que foi colocado apenas para dizer que há um e não que ele, de fato, corrobore a trama traçada e objetivo proposto pelo autor neste episódio.

Com flashfowards, falta de sutilezas e texto mastigado, a trama deixa claro quais os tipos de personagens que temos na produção. Com um piloto mal desenvolvido, temos a impressão que a série é uma versão de "Malhação - Vidas Brasileiras" do horário nobre: Vários plots, mas mal construídos. Apesar de toda má impressão do ínicio, o autor nos mostra uma força de crescer ainda mais e espero que ela seja real. Apesar de tudo, foi um estreia interessante no mundo virtual. 



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